Acordei no outro dia,
percebi que estava sol. Também percebi que a Roberta não estava mais deitada na
cama. Vi a roupa íntima e a calça da Roberta no chão. Peguei a camisa e coloquei. Arrumei a cama
dela e depois botei a calça. Eu tava amarrando meu tênis e a porta abriu
Roberta: Acordou é?-
ela fechou a porta. Ela tava com a blusa do dia anterior e um shortinho
Eu: Acho que sim né-
ri-. Que horas são?- perguntei
Roberta: Vai dar- ela
olhou no relógio- já é meio dia. Acordamos tarde em? Também, pra que dormiu a
hora que era e fez o que fez- ela riu
Eu: É né?- ri também-
Acho que vou ir Rô
Roberta: Ah Kléber
espera aí. Almoça com a gente, espera um pouco. Mais tarde você vai- ela
segurou no meu braço
Eu: Tá bom tá bom-
sorri. Meu celular tocou-. Minha mãe. Oi mãe- atendi
Mãe: Filho, você tá aonde?- ela perguntou
Eu: To bem mãe. To na
casa de uma amiga, fiquei aqui porque não estava em condições de dirigir até em
casa sozinho- dei uma mentida- eu vou almoçar aqui, mais tarde to aí em casa
Mãe: Tá bom filho, beijo
Eu: Beijo- desliguei a
chamada
Roberta: Condições
você tinha, mas você não quis arriscar- ela riu
Eu: Ei- botei a mão na
boca dela- para de me desmentir- ri
Roberta: Tá bom. Irei
me calar- ela riu
Eu: Vamos descer?-
perguntei a ela
Roberta: É vamos- ela
abriu a porta do quarto-. Eu vou tomar banho então você... me espera lá
embaixo- ela deu uma risada e foi rebolando para o banheiro tomar banho
Eu: Ai ai- ia descendo
as escadas quando o irmão da Roberta me chamou
Bruno: Kléber aqui?-
acho que deu para escutar lá do primeiro andar
Eu: E aí cara- apertei
a mão dele
Bruno: Tá fazendo o
que aqui?- ele perguntou
Eu: É- cocei a
cabeça-... é- não sabia o que falar-... ontem na festa, eu trouxe a Roberta
aqui e como eu não tava muito bem para dirigir até em casa eu acabei ficando
aqui- mandei essa para ele
Bruno: Atá- ele não
parecia acreditar muito
Eu: E o colégio?- ele
tava no último ano, era um ano mais novo que a Roberta
Bruno: Tá bem tá bem-
ele respondeu-. Já tá indo embora?
Eu: Não, a Roberta me
chamou para almoçar aqui
Bruno: Já é então, vou
fazer umas coisas aqui no meu quarto- ele entrou no quarto
Eu: Já é- falei
sozinho e fui para a sala
Fiquei sentado no
sofá, asssistindo TV enquanto esperava a Roberta. Falei com a Rosana, mãe dela,
que fazia o almoço. Ela, claro, estranhou eu estar ali, mas como sempre, fui
bem recebido por ela. Sentei na mesa para almoçar, esperávamos a Roberta.
Roberta: Todo mundo já
na mesa?- ela descia as escadas
Eu: É. Só esperando
você minha filha- ela sentou do meu lado
Rosana: Ela é minha
filha
Eu: Modo de falar tia-
agente riu
Bruno: Papo tá bom,
mas to com uma fome- ele começou a colocar a comida no prato dele
Eu: Rô, semana que vem
tem? Boate- perguntei
Roberta: Deve ter sim
e to lá- ela piscou para mim
Eu: Atá só para saber.
Babí chega agora essa semana, aí vou levar ela, se ela quiser- expliquei
Roberta: Babí?- ela
começou a colocar a comida no prato
Eu: É. Ela vai chegar
de Londres essa semana- respondi
Roberta: Aquela bitch nem me falou que voltava agora.
Não deixarei ela entrar semana que vem lá na boate então- ela começou a comer
Eu: Vai deixar sim- ri
e coloquei a comida no prato-. Bom almoço para todos- comecei a comer
Almoçamos,
conversamos, papo vai, papo vem e quando olhei no relógio já eram quase três
horas. Me despedi de todos e fui para
fora da casa, para o meu carro, que eu havia estacionado a noite. A Roberta me
acompanhou até lá
Roberta: Obrigado por
ter me trago ontem e pelo o que aconteceu no resto da noite- ela riu e ficou
sem graça
Eu: Atá- ri-. E
obrigado por ter deixado eu ficar aqui- sorri
Roberta: Que nada.
Volte sempre gatinho- ela riu
Eu: Ai ai- dei um
beijo nela
Roberta: Kléber- ela
falou entre o beijo- para- e me empurrou para perto do carro-. Aqui não né?
Você tá solteiro mas eu não esqueceu?- ela me encarava
Eu: Tá tá. Desculpe-
abri o carro
Roberta: Mesmo assim
gostei- ela riu
Eu: Ah você sempre
gosta- abri a porta do carro e sentei
Roberta: Ah é?
Convencido agora? Tá bom, vou ficar esperando meus quinhentos e cinquenta
reais- ela pegou pesado agora
Eu: Ah é? Agiota
agora? E num era quatrocentos e cinquenta?- ri e liguei o carro
Roberta: Imposto. E bobinho
você em- ela sorriu
Eu: Agora tenho que ir
Rô- fechei a porta do carro-. A gente se vê
Roberta: Tá bom- ela
se apoiou na janela-. Me liga- e me deu mais um beijo-. Vai lá gatinho
Eu: Tchau gostosa-
agente ficou rindo. Olhei no meu retrovisor para sair e vi o Lucas chegando-.
Rô, melhor eu ir- apontei para ela
Roberta: Ai caramba-
ela olhou-. Tchau Kléber me liga quando chegar
Eu: Vai dar problema
não?- perguntei
Roberta: Não, eu dou
um jeito. Vai vai vai Kléber- ela mandou eu ir
Eu: Tá bom. Tchau-
acelerei e saí de frente da casa dela. Ainda via o Lucas chegando, ele vinha a
pé
Fui para a casa, sem
pressa, calmo. Lembrei de ligar para a Roberta, quando chegasse em casa, para saber como ela tava, o que havia
acontecido. Agora mesmo a casa ia tá vazia. Sem Vic, sem Josy, talvez sem meu
pai- ele deve tá tralhando- pensei-. Sem Gabi, sem Alice...
Eu: Sem Alice- falei
sozinho no carro
Eu percebi que ia
ficar meio que sem um “chão” sabe? Eu fiquei basicamente mais de um ano com a
Gabriela. Com Alice vivi quase oito meses apenas. Lembrei de quando eu havia
combinado com a Gabi, de ir para o Paraná, para poder contar aos pais dela
sobre a Alice.
Não, não vou deixar
ela sozinha nessa- pensei
Parei o carro enfrente
de casa, fui correndo para casa. Logo quando entrei, dei de cara com minha mãe
Mãe: Filho, que pressa
é essa?- ela perguntou
Eu: É- parei no “pé”
da escada- eu vou viajar- ela me olhou com uma cara do tipo “como assim?”.
Antes de ela falar isso, expliquei- Calma mãe, vou passar um ou dois dias lá no
máximo. Eu esqueci de fazer algo com a Gabi. Uma coisa que prometemos um ao
outro, que iríamos fazer
Mãe: Mas ela quebrou a
promessa. Não fez- ela mandou uma resposta para tentar me convencer a ficar
Eu: Eu vou ir mesmo
assim. Vou pegar uma mochila e botar algumas coisas dentro e ir- subi as
escadas correndo e entrei no quarto
Coloquei umas três
camisas, mais uma calça e uma bermuda. Peguei um óculos, coloquei e desci as
escadas. Minha mãe tava assistindo tv, com um copo de sorvete na mão.
Eu: Mãe to indo.
Tchau- fui até ela e dei um beijo no rosto
Mãe: Tá filho. E o
carro? Vai deixar aonde?- ela perguntou
Eu: Vou deixar lá no
estacionamento do aeroporto
Mãe: Fica cara a
diária não?- ela perguntou
Eu: Isso é o de menos-
respondi-. Beijo beijo- dei mais um beijo no rosto dela-. Volto em dois dias
Mãe: Tá filho. Se
cuide- ela respondeu e eu sai de casa
Coloquei minha mochila
no banco do carona, entrei no lado do motorista e dirigi. Fui correndo, queria
tentar pegar o voo mais rápido- peguei meu celular e liguei para o aeroporto
Consegui a passagem
para às quatro horas da tarde. Já eram três e quinze. Tinha que ir mais rápido
ainda. Cheguei no aeroporto, deixei o carro no estacionamento de lá e entrei no
aeroporto com a mochila. Peguei a passagem, passei pela entrada e entrei no
avião. Porém teve mais de uma hora de atraso. “Esse Brasil...”- pensei
Ele decolou, o tempo
previsto era de uma hora e quinze minutos. Lembrei que ia ligar para a Roberta.
Com a correria toda acabei esquecendo de ligar para ela quando cheguei em casa.
Foi a correria. Peguei meu celular, procurei o nome dela na lista de contatos e
liguei para ela.
Roberta: Kléber?- ela atendeu
Eu: Oi Rô- respondi-.
E aí? O que aconteceu?- perguntei
Roberta: O que? Sobre o Lucas?
Eu: É sim- respondi-.
O que aconteceu?- perguntei denovo
Roberta: Eu e ele, digamos- ela ficou em silêncio
por alguns segundos-...
Eu: Rô?- chamei ela
Roberta: É... a gente terminou Kléber- ela
completou-. Não tava... dando certo sabe?
E eu tava me sentindo um pouco sufocada com esse relacionamento- ela
completou
Eu: Tem nada haver com
o que rolou ontem não né?- ri
Roberta: Não bobo. A verdade é que eu acho que não
era nem para ter rolado sabe? A gente era tipo- ela parecia está pensando-, tipo você e Brunna
Eu: Ah entendi. Mas
você t...
Roberta: Que barulho é esse?- ela me interrompeu
Eu: Barulho?- ri-
Avião- respondi
Roberta: Vem cá você...
Eu: Não tem como eu ir
aí não filha- ri
Roberta: Ai bobo- ela riu do outro lado da
linha-. Tá indo para aonde?- ela
perguntou
Eu: É Paraná- respondi
Roberta: Casa da Gabi?- ela perguntou
Eu: É- fiquei meio sem
graça de responder isso para ela
Roberta: Atá. É... eu vou agora no shopping. Depois
você me liga tá? Beijo bobo
Eu: Beijo Rô-
desliguei a chamada
Ela parecia ter
ficado, não sei, talvez um pouco decepcionada com tudo isso. Imagina? Terminei
com minha namorada, com filha, fiquei com ela e agora to viajando para outro
estado para revê-la. Parei de pensar um pouco, ia acabar ficando confuso.
Aproveitei a meia-hora de viajem que ainda tinha e dormi um pouco.
Acordei já no
aeroporto. Eram um pouco mais de sete horas da noite. Saí de dentro do avião e
fui para o aeroporto. Sentei num banco um pouco, coloquei minha mochila no lado
e peguei o celular. Liguei para a Gabi dessa vez
Gabriela: Alô- ela atendeu
Eu: Gabi é o Kléber-
sorri sozinho, no meio do aeroporto
Gabriela: Oi amor- sorri denovo quando ouvi ela me
chamar de “amor”
Eu: É, passa seu
endereço?- perguntei
Gabriela: Por quê?- ela respondeu com uma pergunta
Eu: Lembra que a gente
tinha combinado de apresentar juntos, a Alice para seus pais?
Gabriela: Não, você não vai fazer essa loucura
Eu: Já fiz. To no
aeroporto- respondi
Gabriela: Ai Jesus- ela riu-. Eu vou aí encontrar você então. Eu tava na rua mesmo, próximo do
aeroporto. Cinco minutos chego aí. Beijos- ela desligou
Guardei o celular no
bolso e levantei. Já fiquei próximo a entrada da rua. Senti logo o frio, não
tanto mas um pouco, que a cidade já passava. Uns dez minutos depois vi um carro
se aproximar da entrada e vi ele vindo na minha direção. Esperava que fosse a
Gabi, só esperei alguém me chamar. Vi o vidro da frente abaixando e
derrepente...
Bianca: “Bora” Cunho-
era a Bianca. Ela ficou me olhando. Eu não era mais o cunho dela-. Vamos
ex-cunho- ela riu
Eu: Ai Jesus- ri. Fui
na direção do carro. A porta de trás abriu-. Oi Bianca- respondi. Antes de
entrar fui até na janela da frente e dei um beijo no rosto dela
Bianca: Entra aí- abri
mais a porta e entrei
Eu: Ér... oi- a Gabi
tava sentada no banco de trás
Gabriela: Oi Kléber-
ela sorriu
Eu: É então, você já
apresentou para os seus pais a Alice né?- perguntei
Gabriela: Já Kléber,
ontem mesmo, quando cheguei. Pai- ela bateu no banco do motorista- esse é o
Kléber- olhei para ele-. Kléber e Sérgio, Sérgio e Kléber- ela respondeu
Eu: Ér... e aí Sérgio-
fiquei meio sem jeito para falar com ele
Sérgio: E aí Kléber-
ele apertou-. Tudo bem papai?- ele sorriu
Eu: É bem sim- vi que
ele era um cara tranquilo. Não sei porque ela tinha medo de falar sobre a Alice
para ele
Sérgio: Que bom. Então
vamos- ele travou as portas e saiu com o carro do aeroporto
Bianca: E aí Cun- ela
parou antes de terminar-... Kléber. Vai passar a noite com a gente?
Eu: É, se der- olhei
para a Gabi
Sérgio: Então você é o
pai da minha querida netinha que a Gabi escondeu por alguns meses da gente né?
Aliás, escondeu a gravidez também
Eu: É, sou eu
Sérgio: Neta linda que
você me deu em
Eu: É- observei que a
Gabi ficava em silêncio no carro
Bianca: Kléber liga
não tá?- ela me puxou para perto dela- A minha irmã ainda tá um pouco confusa
com tudo
Eu: Tá tudo bem- sorri
Sérgio: Chegaremos
logo em casa- ele dirigia
Eu: E a Alice?- chamei
a Gabi
Gabriela: Dormindo
como sempre- ela esboçou um sorriso
Eu: Também dormi na
viajem- ri
Gabriela: Atá. Eu
ontem cheguei bem também- ela sorriu
Sérgio: Bianca e Gabi
e... Kléber, vou deixar vocês em casa. Gabi avisa para sua mãe que eu vou dá
uma passada no mercado
Gabriela: Tá bom pai-
ela abriu a porta e saiu
Eu: Até daqui a pouco-
abri a porta e sai do carro com a mochila
Bianca: Vamos lá
Kléber- ela me levou até a entrada do prédio. Eles moravam em apartamento
Gabriela: Kléber- a gente
entrou no prédio. A Bianca pediu o elevador-, quando chegar lá, pode deixar a
mochila no meu quarto
Eu: Tá bom- entramos
no elevador
Gabriela: E... não
liga para minha mãe tá? Digamos que eu esperava uma reação mais “radical” do
meu pai e não da minha mãe
Bianca: É nosso pai
adorou a netinha, mas já a mãe dela...
Eu: Ela ficou tipo
minha mãe Gabi?- completei
Gabriela: É, por aí-
ela respondeu
Eu: Ela ficou com a
Alice?- perguntei
Gabriela: Aham- saímos
os três do elevador
Bianca: Vai ficar até
quando?- ela abriu a porta do apartamento
Eu: Amanhã to indo. Na
verdade, eu vim aqui porque tinha prometido a Gabi- olhei para ela- que íamos
apresentar nossa filha para os pais dela- expliquei
Bianca: Atá- entramos
no apartamento
Gabriela: Meu quarto é
no final do corredor Kléber- ela me amostrou quando entramos
Eu: Tá- segui e entrei
na última porta do corredor
O quarto dela tinha
uma pintura roxa na parede, uma cama de solteiro, uma cômoda, notbook e o guarda-roupa.
Deixei minha mochila na cama dela, saí, fechei a porta e voltei para a sala
Eu: Gabi- chamei ela-
cadê a...- vi ela com a mãe da Gabi
Lúcia: Ah, você é o
Kléber?- ela perguntou
Eu: Aham- respondi só
isso. Ela tava com a Alice no colo
Lúcia: É, Bianca e
Gabi tinham razão, ela é parecida com você
Eu: Atá- sorri. Tava na
cara que era mãe da Gabi ela
Lúcia: Eu lembro de
você, quando a gente veio para cá, você foi se despedir da minha filha- ela deu
a Alice para a Gabi
Eu: É, foi eu sim-
afirmei-. É... posso pega-la um pouco?- perguntei pra Gabi
Gabriela: O que eu te
falei na última vez? Pega quantas vezes você quiser- ela sorriu e veio até mim
Eu: Obrigada Gabi-
peguei a Alice e sentei no sofá
Bianca: E aí- ela
sentou do meu lado e ficou me olhando- é... Kléber- ela riu
Eu: Sabe meu nome mais
não filha?- ri junto
Bianca: É que eu tava
tão acostumado a te chamar de- a Gabi sentou do meu lado- enfim, aí agora fico
até na dúvida- ela riu
Eu: Aham, entendi
Bianca: Como vai
aquele puto do Yury?- ela perguntou
Eu: Ah tá lá- ri
sozinho, lembrando dele na boate
Bianca: Tá rindo de
que?- ela perguntou
Eu: Bem é que, ontem?-
perguntei a mim mesmo- É, ontem- sorri- ele chegou na boate né, aí tinha várias
garotas em volta- a Alice começou a passar a mão no meu rosto
Gabriela: E?- ela
ficou me olhando
Eu: Ele para agente:
“Que foi filhos? É a fama”- falei tentando imitar a voz dele-. Aí a gente- não
quis falar o nome da Roberta-: “Fama de que Yury? De galo? Tá cheio de galinha
em”- eu ri quando terminei de explicar
Bianca: Ai Jesus, bem
feito- ela riu
Gabriela: Ai ai, nem
comento- ela também riu
Eu: Minha filha
fazendo carinho em mim ó- ela continuava passando a mão no meu rosto
Gabriela: Preguiçosa,
linda e boba como o pai. Ai meu Deus- ela riu
Eu: Não, preguiçosa e
boba como eu. Linda como a mãe- sorri
Gabriela: Ah puxou
mais o pai. Né bebê?- ela brincou com a Alice. Ela riu
Eu: Sorriso gostoso do
pai- levantei ela e dei um beijo em seu rosto
Gabriela: Sorriso seu-
ela me olhou
Eu: Perfeição sua- me
aproximei dela com a Alice no colo
Gabriela: Chato- ela
também veio pra perto de mim
Eu: Besta- dei um
sorriso pra ela
Gabriela: Eu te...
Bianca: Ei, to aqui
em- ela nos interrompeu
Eu: Atá- me afastei da
Gabi-, desculpe- dei língua para ela
Gabriela: Ai ai- ela se
afastou também
Eu: Ih olha- amostrei
para elas a Alice-. Já dormiu é mole?- ri
Gabriela: Claro, filha
preguiçosa no colo do pai preguiçoso- ela riu
Eu: É, pode ser uma
teoria aceita
Bianca: Que pode ser
aceita o que. Já é confirmada mesmo
Eu: Ai ai- não
respondi
Gabriela: Me dá ela-
ela se levantou- para eu poder botar ela lá no quarto- dei a Alice para ela
Eu: Tá- levantei e fui
para o quarto junto com ela-. Ela tá ficando aonde?- perguntei
Gabriela: Tá ficando
aqui- ela abriu a porta do quarto-, no meu quarto mesmo- ela acendeu a luz
Eu: Atá- entrei com
ela no quarto-. Espera aí- tirei mochila, que estava em cima da cama
Gabriela: Obrigada-
ela sorriu
Ela pegou alguns
travesseiros que estavam no canto da cama e os colocou do lado da Alice para
protege-la e a colocou deitada na cama. Sentei na cama, do lado da Alice.
Eu: Vem cá, quer que
eu mande trazer o berço lá de casa? Derrepente chega em alguns dias e...
Gabriela: Ei Kléber-
ela colocou a mão em minha boca-, você tá sendo um pai maravilhoso tá? Apesar
de tudo, você sabe que nossa filha não teve nada haver com o que eu fiz.
Obrigada por tudo mesmo- ela ficou me olhando
Eu: Hum- fiquei
olhando ela, passando a mão no seu rosto-... vem cá- puxei ela pro meu colo e a
beijei
Gabriela: Kléber- ela
falava entre o beijo-, não tá certo isso- ela tentava parar, mas não conseguia
Eu: Por que Gabi?-
falava entre o beijo
Gabriela: Porque não
tá certo, a gente se separou
Eu: E vem cá- parei o
beijo-, isso nos impede de algo?- fiquei encarando ela
Gabriela: É, acho que
não- ela sorriu para mim e comeceu a beijar meu pescoço, e ia subindo o beijo
x.X.x: Uh hum- ele
fingiu que estava “tossindo”. Era o pai da Gabi
Gabriela: Ah- ela
ficou sem graça- oi pai.
Sérgio: É... o jantar,
tá na mesa- ele respondeu
Gabriela: Tudo bem-
ela respondeu, levantou da cama e ele saiu de frente do quarto
Eu: Ai ai, quase em-
me levantei da cama
Gabriela: É né?- ela
riu- Vamos lá
Eu: Ah Gabi, to com
fome não- menti
Gabriela: Vamos lá
Kléber- ela fez bico-, por favor- ela colou seu corpo no meu
Eu: Gabi, eu não to
com fome- olhei para ela
Gabriela: Então fica
lá, só isso- ela me deu um selinho
Eu: Tá bom- sorri e
saí com ela do quarto
Bianca: Vai jantar
conosco é Kléber?- ela sentou na mesa
Eu: Ah não to com
fome- respondi a mesma coisa que havia respondido para a Gabi
Lúcia: Vamos, sente
aí. Jante com a gente- ela também sentou na mesa e ficou me olhando
Eu: Tá bom então-
fiquei sem-graça de dizer “não”. Sentei e peguei um prato
Gabriela: Eu sabia que
você ia jantar- ela riu e sentou do meu lado
Eu: Ai Jesus- ri
também e me servi
Jantamos, conversamos,
rimos e depois fomos eu, Gabriela e Bianca assistir um filme na TV. A Gabi
ficou deitada, com a cabeça na minha perna e a Bianca no outro sofá. A Bianca
não aguentou ver tudo e foi dormir no quarto dela. Ficamos eu e a Gabi apenas,
assistindo o filme.
Eu: Ai- olhei no
relógio, eram duas horas da manhã-, que sono- o filme havia acabado-. Gabi,
pode deixar que eu te levo no quarto- sorri.
Ela não respondeu
Eu: Gabi?- cutuquei
ela
Gabriela: Hum... Oi
Kléber- ela virou para mimm
Eu: Dormiu é?-
perguntei
Gabriela: É no final
do filme- ela sorriu e ficou sentada no sofá-. Vou lá ajeitar a minha “cama”-
ela fez o sinal das aspas
Eu: Por que “cama”?-
fiz também o sinal das aspas
Gabriela: Eu boto um colchão
no chão e deito lá, fiz isso ontem- ela levantou
Eu: Atá- fiquei sem
jeito e deitei no sofá-. É...- olhei para ela- quer ficar comigo não?
Gabriela: No sofá?-
ela riu- Se for com você- ela ficou sobre mim-, eu fico sim- e me deu vários
beijos no pescoço
Eu: Ai Gabi- segurei
ela na cintura-, já fomos pegos tantas vezes em- ri
Gabriela: Mas dessa
vez não seremos pegos- ela tirou a camisa e me beijou
Eu: Não queria que
tivesse acabado assim- falava entre o beijo
Gabriela: Nem eu- ela
parou o beijo-. Mas- ela desceu pelo meu corpo-, não vamos discutir isso agora
né?- ela deu um sorriso malicioso e abriu minha calça
Eu: É... Gabi- chamei
ela. Eu vi a mãe dela na cozinha, mas acho que ela ainda não havia nos visto
Gabriela: Que Kléber?-
ela tava tirando minha calça
Eu: Melhor a gente
parar- ela apagou a luz da cozinha e saiu de lá. Ai, não ia dar tempo
Gabriela: Por quê?-
ela me olhou
Lúcia: Filha?- ela viu
agente no sofá. Eu sem calça, Gabi sem blusa e blá blá blá
Gabriela: Ai- ela me
olhou- era isso?- ela fazia uma cara tipo “eu to ferrada”
Eu: Aham- olhei para a
mãe dela
Lúcia: Querem fazer
isso, mas pelo menos iam para o quarto né?- ela riu- Boa noite para os dois-
ela saiu da sala
Gabriela: É...
aconteceu isso mesmo?- ela olhou para mim
Eu: Aham. Que foi?-
perguntei para ela
Gabriela:
Inacreditável- ela riu e colocou a blusa
Eu: Atá. Pior se fosse
seu pai- ri
Gabriela: É verdade-
ela levantou-. Vou para o quarto mesmo Kléber. Boa noite- ela se aproximou de
mim e me deu um beijo-. Se você tiver dormindo quando eu acordar, te chamo
Eu: Tá- sorri. Ela foi
para o quarto-. Ai ai- falei sozinho e dormi logo depois
Acordei sozinho no
outro dia. Não sei se a Gabi já havia acordado. Eram dez horas. Levantei, fui ao
banheiro e peguei minha mochila no quarto em que a Alice tava. A Gabi não tava
mais lá. Peguei a mochila e fui para sala. Quando voltei a Gabi já tava lá
Eu: Vem cá, você saiu
da onde que eu não vi?- ri
Gabriela: Tava na cozinha.
Vi você acordar, você ir ao banheiro, você me procurando- ela riu
Eu: E você ficou
quietinha né?- dei um beijo em seu rosto- Eu vou ir embora
Gabriela: Já? Achei
que você ficaria pelo menos até mais tarde- ela me encarou
Eu: Eu falei para
minha mãe que voltava cedo. Desculpe- sorri de lado
Gabriela: Tudo bem
Kléber- ouvimos o choro da Alice
Eu e Gabriela: Eu vou-
falamos juntos
Eu: Ai ai- ri-, vamos
lá então- fomos até o quarto
Gabriela: Oi bebê- ela
pegou a Alice no colo-. Bom dia filha. Olha o papai aqui- a Gabi sorriu pra mim
Eu: Oi filha- dei um
beijo no rosto da Alice-. É- fiquei olhando para ela-, papai tá indo embora tá-
a Alice me olhou, como se tivesse entendendo o que eu estava falando
Gabriela: Dá tchau pra
ele- ela pegou a mãozinha dela e ficou balançando de um lado para o outro
Eu: Aqui Gabi- peguei
meu celular
Gabriela: Tirar foto
com ela?- ela perguntou
Eu: Aham- dei o
celular para ela
Gabriela: Ok, segura
ela- ela me deu a Alice
Eu: Olha lá filha- fiz
sinal para a câmera
Eu: Ai Jesus- fomos na
sala, que tinha um espelho enorme
Gabriela: Aqui tá bom.
Digam “xis”
Eu: Olha ali filha-
deitei ela, segurando-a pelas costas
Gabriela: Pronto- ela
riu-. Ai meu Deus
Eu: O que?- olhei para
ela
Gabriela: Ela deu uma
mega risada olha- ela virou o celular pra mim
Eu: Sorriso lindo meu-
ri quando vi também
Gabriela: Muito linda-
ela sorriu-. É, agente vai lá no aeroporto com você tá?
Eu: Tá, vamos agora?-
perguntei
Gabriela: Tá, to
pronta. Só botar roupa na Alice- ela saiu com a Alice do banheiro para o quarto
Eu: Tá, vou esperar na
sala- sai do banheiro também e fui para a sala
Bianca: Ué Cunho- ela
tava atrás de mim, saindo do quarto dela
Eu: Cunho?- ri
Bianca: Ah eu esqueço
tá?- ela riu-. Tá indo já?- ela perguntou
Eu: Aham, daqui a
pouco- sentei no sofá e liguei a TV
Bianca: Atá- ela
sentou do meu lado-. Só não vou também porque tenho que arrumar umas coisas
aqui
Eu: Tá, tudo bem então
Gabriela: Kléber,
estamos prontas. Como iremos?- ela perguntou
Eu: Ih é. Seu pai tá
em casa?- levantei com a mochila
Gabriela: Não, mas ele
deixou o carro aí. Posso pedir para ele ir me encontrar lá e vim com o carro
pra casa depois
Eu: Tá então- ela
pegou meu celular e ligou para ele-. Tchau Bianca, agente se vê- dei um beijo
em seu rosto
Bianca: Tchau Kléber-
ela me abraçou-. Até breve- ela sorriu
Gabriela: Vamos
Kléber- ela abriu a porta e me chamou enquanto falava com seu pai-. Ah, toma-
ela me deu a chave do carro
Eu: Deixa eu te
ajudar- peguei a bolsa dela. Ela fechou a porta do apartamento
Fomos para o elevador
juntos. Descemos até o estacionamento, que ficava no subsolo do prédio.
Entramos no carro, ela amostrou como abria o portão da garagem automaticamente-
tinha um controle no carro que abria e fechava a garagem- e fomos para o
aeroporto.
Eu: Gabi, liga pra mim
e vê qual o voo pro Rio que tem vaga ainda pra hoje- dei o celular para ela
Gabriela: Eu ligo do
meu Kléber- ela pegou o celular dela na bolsa e ligou
Não falamos mais nada
durante a viagem. Ela conseguiu o voo para duas e meia. Ela pegou meu celular e
ficou mexendo nele. Chegamos no aeroporto as duas horas. Só deu tempo de eu
entrar na fila para pegar a passagem e ir para a área de embarque.
Eu: Vou lá Gabi- olhei
no relógio já era duas e vinte
Gabriela: Tá Kléber,
boa viagem- ela me beijou no rosto
Eu: Tchau filha- dei
um beijo em seu rosto-. Hoje situação contrária, eu me despedindo para ir
emborar
Gabriela: É- ela riu-.
Vai lá Kléber, antes que você perca o voo. Tchau- ela me puxou para ela e me
deu um beijo rápido
Eu: É, realmente
situação contrária- eu havia dado um beijo nela quando ela veio para o Paraná
Gabriela: Vai lá bobo-
ela ria
Quando cheguei no Rio,
meu celular tocou em seguida
Eu: Alô- não conhecia
o número, mas era do Brasil
x.X.x: Klé?- só de me chamar assim, sabia que
era a Babí
Eu: Oi Babí. Chegou
já?- se o número era do Brasil, ela tava aqui
Babí: Sim sim, era justamente isso que queria te
falar
Eu: O que?- perguntei
Babí: Tem como você vir me buscar no aeroporto?
Eu: Tá, tem sim- eu já
tava no aeroporto-. Tá em que lugar?- perguntei
Babí: Desembarque Internacional- olhei para as
placas, era só eu virar a esquerda
Eu: Tá- fui andando
até lá-. Foi tranquilo o voo?- perguntei para ganhar tempo
Babí: Sim sim. Você tá aonde?- avistei ela
falando no telefone comigo
Eu: Ah, eu to saindo
de casa agora- menti
Babí: Atá. Tudo bem aí? Durante esses dias?-
ela perguntou
Eu: Ah, eu terminei
com a Gabi, ela e o Tiago ficaram e meio que foi forçado ele “ameaçou” ela e tals
mas eu decidi terminar mesmo assim- expliquei
Babí: Que isso Klé- deu pra perceber a
surpresa dela
Eu: É verdade. Vem cá,
você sabe como dirijo rápido né?- comecei a meio que dizer indiretamente que
estava lá
Babí: É, você dirigi rápido sim. Mas por quê?-
fui me aproximando dela
Eu: Então- falei no
telefone e o abaixei-, olhe para trás- sussurrei em seu ouvido
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