sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Capítulo 11 - 02x11

Babí: Klé?- ela me abraçou- Que susto você me deu amor- ela deixou o celular cair
Eu: Vem cá- peguei o celular para ela-, isso tudo só por causa desse “susto” que te dei?- eu ri
Babí: Ah Klé, você diz que tá saindo de casa e do nada tá aqui- ela pegou o celular da minha mão
Eu: Tá desculpa linda- sorri
Babí: Tá fazendo o que aqui? Preveu que eu chegaria hoje é?- ela foi andando comigo para a saída do aeroporto
Eu: Não, nem isso. Eu cheguei do Paraná, na hora que tu me ligou- respondi
Babí: Fez o que lá?- ela perguntou
Eu: É... eu fui lá na casa da Gabi. Fui ver a Alice e tals. Mas só passei ontem lá, hoje já voltei- sorri
Babí: Atá- saímos do aeroporto-. Carro tá aonde?
Eu: Bem- fiquei olhando para o imenso estacionamento- por aqui- ri
Babí: Ai Jesus- ela riu-. Me dá aqui- ela pegou a chave da minha mão e apertou o botão. Ouvimos o barulho do alarme, ela fez denovo e vimos o carro piscando. Fiquei olhando para ela-. De nada e aprendi isso lá em Londres ok?- fomos até o carro
Eu: Você é muito boba garota- eu ajudei ela pegando uma das malas
Babí: E você é muito- ela ficou me olhando-... chato- ela deu língua
Eu: Ah é? Sou chato?- abri a mala do carro e botei a mala dela dentro
Babí: É sim- ela entrou no carro, no banco da frente. Fechei a mala do carro
Eu: Então tá bom- entrei no carro. Liguei, paguei o aeroporto na saída e fomos para casa. Eu parei, e perguntei a ela-. Pra sua casa?- perguntei
Babí: Ah, se você quer me levar para sua mansão- ela sorriu
Eu: Ah tá- ri-... vamos pra lá mais tarde te levo pra casa. Até porque lá em casa tá meio vazio sabe. Só eu e meus pais agora- expliquei
Babí: Tá bom, a gente se diverte um pouco Baby- ri quando ela disse “Baby”
Eu: Ai ai- dirigia-. Gostou de Londres?- perguntei
Babí: Aham, claro. Lá é muito diferente Klé. Gostei muito. Mas é bom poder voltar também sabe- ela pegou o telefone, era um iPhone-, matar a saudade de muitas pessoas, como você- ela sorriu
Eu: Eu também tava com saudades- sorri-. Só no iPhone também em- ela riu
Babí: Claro. Tem várias capas aqui. Trouxe umas aqui, se você quiser escolher algumas pra você, eu deixo- ela riu
Eu: Atá- amostrei o meu pra ela-. E os homens?
Babí: Ah Klé- ela ficou sem graça-, te falei. Conheci o Diego, até achei que ia rolar algo mais, porém, ficamos só nos beijos mas não rolou nada a mais- ela sorriu de lado
Eu: Atá- parei o carro em frente a minha casa-. Chegamos- desliguei o carro
Babí: Oba, Mansão Klé Stronda Rezende- ela abriu a porta do carro
Eu: Atá vai sonhando- abri a mala para ela pegar as coisas
Babí: Ai, segura- ela me deu a mochila-. Pode fechar aí
Eu: Ok- travei o carro-. Vamos lá- peguei a chave de casa e entramos
Babí: Ai- ela largou as coisas no chão- isso sim é casa boa- ela se ajogou no sofá
Eu: Ai meu Deus- deixei minha mochila no outro sofá e liguei a TV
Babí: Vamos ver o que?- ela deitou em mim
Eu: O que você quer ver?- perguntei a ela
Babí: Ah nem sei Klé- ela encostou a cabeça eu meu peito-. Eu queria mesmo é descansar um pouco
Eu: Se quiser, dorme aí pra sempre- hã? O que eu disse?
Babí: É- ela me olhou estranha-... tá bom então- ela deitou e não falou mais nada
Fiquei assistindo a um jogo que passava na televisão. A Babí não descansou, não tirou um cochilo. Ela literalmente teve um sono profundo ali. De vez enquando eu passava a mão em seu rosto, em seu cabelo, fazia carinho...
“Ah não Kléber” pensei. Parei e fiquei prestando atenção somente no jogo de futebol. Nesse meio tempo a Víc me ligou, lá dos Estados Unidos. Disse que tava gostando muito de lá- eu imaginava- e que tava super bem lá. Contei a ela tudo que havia acontecido aqui e ela ficou um pouco chateada, e com ambos, comigo e com a Gabriela. Ela disse que depois, quando voltasse, ia me dar um sermão daquele.
Antes de nos desperdimos ela disse que voltava já na próxima segunda-feira. Desliguei o telefone e deixei ele cair no chão
Eu: Ai droga- gritei
Babí: Kléber?- ela acordou assustada
Eu: Oi Babí- olhei para ela-. Desculpa ter te acordado assim é que meu celular caiu e...
Babí: Não Kléber- ela me interrompeu-, tudo bem. Ai, que soninho bom- ela se levantou do meu peito
Eu: Claro né, dormiu no melhor “travesseiro” do mundo amor- ri
Babí: Ai Jesus- ela riu- muito bobo mesmo cara- ela ficou sentada no sofá
Eu: Seu- ai Jesus, to falando isso automaticamente
Babí: Bobo meu é? Tá bom então em- ela sorriu
Eu: Então- olhei o relógio-, são nove horas...
Babí: Hã?- ela me olhou assustada- Isso tudo? Meu Deus me leva pra casa Klé- ela levantou
Eu: Ou ou- segurei ela pela mão- calma filha- levantei-. Eu te levando a gente pode sair daqui amanhã- me aproximei dela
Babí: É... Klé- ela ficou me encarando
Eu: Que Babí?- eu continuava me aproximando dela
Babí: Bom, eu não sou boa de expressar o que eu sinto para as pessoas sabe – ela começou a vir até mim também
Eu: Ah não entendi Babí- peguei sua mão
Babí: Bem é que eu assim- ela foi até o ouvido-, eu sempre quis dizer isso e acho que agora é o momento certo
Eu: O que?- coloquei a mão em sua cintura
Babí: Eu...
Mãe: Kléber cheguei- ela gritou
Eu e a Babí nos afastamos imediatamente, pelo visto ela não tinha nos visto juntos
Eu: Oi mãe- chamei ela. A Babí sentou no sofá
Mãe: Oi filho. Você tava aí- ela reconheceu a Babí no sofá-. Oi Babí- a Babí levantou
Babí: Eu- ela sorriu para minha mãe e foi até ela
Mãe: Chegou já de Londres é?- elas se abraçaram
Babí: Aham. Cheguei hoje. O Kléber foi lá me buscar e me trouxe pra cá. Tirei um bom sono agora à tarde- ela sentou no sofá denovo
Mãe: Você também voltou né- ela me abraçou-. Ainda bem que cumpriu, ia voltar cedo
Eu: Claro. Eu cumpro minhas promessas- a Babí me olhou com uma vontade de rir, mas prendeu o riso
Mãe: Aham, sei que você cumpre filho. Vou tomar um banho e fazer que nem você Babí, descansar
Eu: Vou levar ela tá? Se não vai ficar muito tarde
Mãe: Quer dormir aqui e o Kléber te leva amanhã?- minha mãe sugeriu
Babí: Ah hoje não. Posso vim amanhã e ficar- ela sorriu-. Saudades da minha mãe, do meu pai, do meu irmãozinho lindo- ela explicou
Mãe: Tudo bem então. Leva ela lá e volta logo em Kléber. Até amanhã então Babí- ela subiu as escadas
Eu: É... vamos?- peguei a chave do carro e uma das mochilas dela
Babí: Sim sim- ela pegou a outra mochila e abriu a porta de casa
Botei as coisas dela no banco traseiro e entrei no carro. Pegamos um engarrafamento- como sempre. Rio de Janeiro sempre tá engarrafado- e demoramos. Choveu e não havia chegado na casa dela. E olha que não era longe minha casa para a dela. Uns quarenta minutos depois, finalmente, cheguei na frente da casa dela
Babí: Klé, obrigadão- ela me abraçou
Eu: De nada- dei um beijo em seu rosto-. Amanhã quero você lá em casa em- sorri
Babí: Estarei lá- ela sorriu-. De manhã vou fazer um coisa... de tarde você vai se surpreender- ela saiu do carro e pegou as mochilas atrás
Eu: Então tá- fiquei do lado de fora do carro
Babí: Se cuida tá?- ela sorriu
Eu: Aham- fui até ela-. E vem cá, o que você ia me dizer naquela hora?- perguntei
Babí: Eu? Nada- ela respondeu. Claro que percebi que ela estava mentindo
Eu: Hum... tá- decidi não insistir-. Vou indo- entrei no carro
Babí: Até amanhã Klé- ela acenou
Eu: Até Babí- liguei e acelerei o carro
Peguei o mesmo engarrafamento voltando para casa também. Fiquei ouvindo música no rádio do carro. Mais alguns minutos depois eu cheguei em casa. Estacionei o carro na garagem e entrei em casa. Todos as luzes estavam apagadas, fui no quarto dos meus pais e vi os dois dormindo já. Tomei um banho e deitei na cama. Estava tão cansado que dormi logo depois.

Meu celular tocou o alarme às nove horas da manhã, era um alarme que eu já havia definido para tocar nessa horário todos os dias. Abri a janela, arrumei a cama e fui tomar banho. Agora eu tava dormindo sozinho naquele quarto grande.
Depois do banho, coloquei uma blusa de gola “v”, uma bermuda e o chinelo mesmo e desci. Vi meu pai assistindo TV e minha mãe na cozinha fazendo alguma coisa.
Eu: E aí pai- sentei no sofá
Pai: Bom dia Filhão. Jornal?- ele perguntou me amostrando uma parte do jornal
Eu: É me empresta. Vou ver sobre esportes- ele me deu a parte dos esportes
Pai: Teve uma menina que ligou aqui pra casa. Queria falar com você. Disse que seu celular tava dando desligado ou fora de área- coloquei a mão no bolso da bermuda e peguei o celular
Eu: É- ele não ligava-, descarregou. Devia tá com bateria fraca quando despertou ai depois desligou. Quem era?
Mãe: Era a Babí- ela sentou do lado meu pai-. Eu atendi. Disse que queria falar com você, urgente. Tem uns vinte minutos que ela ligou
Eu: Hum- levantei do sofá-, vou botar o celular pra carregar e ligo pra ela lá de cima- subi as escadas e fui para o quarto. Liguei o celular no carregador, liguei ele e fui nos contatos e procurei pela Babí. Dei um toque em seu nome e cliquei em “chamar”. Deu três toques e ela atendeu
Babí: Oi amor- ela viu que era eu, óbvio
Eu: Tudo bem? Meus pais disseram que você ligou pra cá- expliquei
Babí: To bem sim Klé. É que tipo, eu já ia para ai meio-dia mais ou menos. Minha mãe vai sair com meu irmão ai ela já vai me levar aí tá?
Eu: Eu te busco- olhei no relógio. Eram dez horas-. Umas onze e meia to passando aí, tá bom?- perguntei
Babí: Tá sim Klé. Você num sabe o que eu fiz. To acordada desde seis e pouca
Eu: O que filha?- perguntei curioso
Babí: Vai saber quando me ver. Às onze e meia Kléber. Beijos- ela desligou
Eu: Ah minha bitch- falei sozinho. Desci novamente para sala
Pai: Falou com ela?- ele perguntou
Eu: Aham, daqui a pouco, lá pra meio-dia vou buscar ela- sentei no sofá denovo e fiquei assistindo um programa que passava
Pai: E o almoço?- olhei para ele
Eu: É...- continuei encarando ele
Pai: Toma- ele pegou a carteira-, leva ela para almoçar fora- ele pegou algumas notas da carteira
Eu: Pai eu tenho dinheiro- sorri para ele
Pai: Mesmo assim- ele jogou algumas notas em mim-. Sempre bom ter a mais
Eu: Tá valeu pai- contei. Tinha cento e oitenta reais. Guardei na minha carteira
Pai: A Babí é uma garota legal. Cuida dela, assim como você cuidou da Gabriela durante esses últimos meses
Eu: Ah- não sabia porque ele tava falando isso. Agente nem namorava-... tá pai- sorri
Pai: Vou dar uma saída, ir lá no trabalho resolver algumas coisas. Até mais tarde filho- ele me abraçou
Eu: Até pai- abracei e sentei no sofá
Continuei assistindo TV enquanto esperava a hora passar. Não tava nem prestando atenção no programa que passava na TV. Estava curioso para saber o que a Babí havia aprontado. Essa garota, meu Deus. Quando era onze e vinte não aguentei. Pulei do sofá, fui ao meu quarto pegar o iPhone no carregador, a chave do carro e saí batido de casa.
Fiquei um pouco mais irritado, quando peguei o bendito engarrafamento que todo dia tinha. Vamos andar mais de ônibus né gente? Barra agora tem BRT poxa. Cheguei na casa da Babí em trinta minutos. Quando parei o carro em frente da casa dela já eram cinco para meio-dia. Peguei o celular e liguei para ela avisando que já havia chegado. Ela pediu para eu esperar um minutinho. Sei, um minutinho.
Uns cinco minutos depois ela saiu de casa com uma mochila nas costas e aí, logo pude perceber essa “surpresa”. Ela havia feito uma tatuagem. tatuagem? É, tatuagem. Abri a porta do carro para ela e ela entrou do meu lado
Babí: Bom dia Klé- ela me beijou no rosto
Eu: É- olhava pra tatuagem dela-... é, boa tarde né?- olhei para ela
Babí: Que foi? Se assustou com a surpresa foi? Linda né?- ela me amostrou
Eu: Aham- eram três rosas enormes no braço esquerdo. Cada uma tinha um desenho diferente dentro da rosa, uma caveira, um diamante e um outro desenho que não consegui identificar
Babí: Ainda falta reforçar mais a parte colorida dela. Gostou?- ela me olhou
Eu: Gostei sim- sorri-. Mas vem cá, você num vai voltar pra Londres? Não vai te prejudicar em nada não?- perguntei
Babí: Ah sim. Por exemplo, em caso de emprego, to fazendo psicologia. Imagina, psicóloga tatuada?- ela riu- Mas tem problema não, vão ter que me aceitar- ela sorriu
Eu: Ai ai- acelerei o carro e sai da frente da casa dela-. Mas ficou bonita sim
Babí: Obrigada Klé. É- ela me pegou meu celular que tava no painel do carro- tá tocando Kléber
Eu: É minha mãe- peguei o celular da mão dela-. O que será que ela quer?- atendi- Oi mãe
Mãe: Filho?- ela tava um pouco rouca
Eu: Mãe? Tá tudo bem com você?- perguntei
Mãe: É... não filho. Aconteceu algo muito ruim
Eu: Como assim mãe?- fui diminuindo a velocidade do carro- O que houve? Aconteceu alguma coisa com você?
Mãe: Não, eu to bem. Pelo menos fisicamente. É... foi com seu pai
Eu: Meu pai? O que aconteceu mãe? Fala logo
Mãe: Ele... ele- pude perceber que ela tava chorando do outro lado da linha
Eu: Mãe- gritei. A Babí olhou assustada para mim
Mãe: Ele sofreu um acidente Kléber- ela contou
Eu: Acidente?- parei o carro no acostamento- E ele tá onde? Onde foi isso?- comecei a fazer várias perguntas
Mãe: Foi no caminho do trabalho. Filho vem pra casa. Por favor. Não quero que você dirija quando eu te contar isso- ela explicou
Eu: Tá mãe, eu vou pra casa- acelerei o carro denovo-. Chego daqui a pouco aí- desliguei o telefone
Acelerei o carro, fui o mais rápido possível para casa. Fui devagar em certos momentos porque a Babí pedia. Cheguei em casa dez minutos depois. Saí correndo do carro e entrei em casa. Vi minha mãe sentada no sofá
Eu: Mãe- chamei ela
Mãe: Filho- ela levantou e veio na minha direção
Eu: O que aconteceu mãe?- ela me abraçou
Mãe: Seu pai... ele... ele morreu Kléber- meu mundo parou
Eu: E-Esp- gaguejei- espera mãe, você não tá falando sério tá?- perguntei
Babí: Klé- ela me chamou
Eu: Oi Babí- olhei para ela
Babí: É verdade sim- ela me abraçou-, os médicos lá da ambulância querem falar com você- ela entregou o telefone para minha mãe
Eu: Babí- abracei ela forte- eu não acredito
Babí: Calma Klé, calma. Vai ficar tudo bem tá?- ela me olhou
Eu: Eu não sei Babí- olhava para ela
Babí: Vai sim bobo- ela me deu um beijo no rosto
Mãe: Tá bom- ela desligou o telefone-... Kléber- ela me chamou-, confirmaram a morte dele- sentei no sofá
Eu: Ai meu Deus- fiquei com a cabeça entre as mãos
Babí: Kléber vamos lá pro seu quarto- ela me puxou e subi as escadas com ela-. Kléber- ela abriu a porta do quarto- agora é- ela olhou pra mim-, desculpa falar assim, mas é tarde demais
Eu: Tá, tudo bem Babí- forcei um pouco, mas, o sorriso saiu
Babí: Ai, que hora eu fui vir para cá em- ela sentou comigo na cama
Eu: Fica assim não Babí, você não tem culpa de nada- peguei a mão dela
Mãe: Kléber- ela bateu na porta do quarto- é... eu liguei, lá pra funerária e tals e... amanhã o enterro
Eu: Tudo bem então mãe. É- olhei para a Babí-... eu queria falar com a Babí, a sós
Mãe: Tudo bem Kléber. Eu já pedi um táxi e to indo para o hospital. Até mais tarde filho- ela fechou a porta do quarto
Babí: O que é Kléber?- ela perguntou
Eu: Eu só queria poder ficar um pouco sozinho com você. Eu vou deitar, um pouco. Depois me acorda tá?- deitei na cama
Babí: Acordo sim Klé- ela sentou na cama e ficou do meu lado
Eu: Esse travesseiro é melhor- deitei sobre a perna dela
Babí: Ai que menino bobo- ela riu, pegou o controle e ligou a TV
Eu: Me acorda lá pras sete, oito horas. Agora eu quero poder descansar um pouco
Babí: Tá Klé, você precisa disso mesmo, descansar- ela sorriu e ficou passando a mão no meu cabelo. Comecei a dormir logo depois

Abri os olhos, não vi ninguém no quarto. A porta tava aberta. Imaginei que a Babí tivesse descido ou indo no banheiro. Levantei da cama, acendi as luzes do quarto e ouvi meu celular tocando. Quando olhei era a Brunna que tava me ligando. A última vez que tinha falado com a best tinha sido lá na boate, a uns três ou quatro dias atrás. Peguei o celular
Eu: Oi best- atendi
Brunna: “Oi best”? Me abandonou e atende falando “oi best”? Muita cara de pau namoral- ela riu do outro lado da linha-. Tudo bem best?
Eu: Sim e você? E naquele dia ficou com o garotão?- perguntei sobre ela e o Felipe
Brunna: “Fiqueeeeei” best- ela prolongou o “e” do “fiquei”-. Foi bom. E você também pelo jeito não passou em branco né?- ela perguntou sobre a Rô
Eu: É, ficamos também- respondi
Brunna: Ah best, eu mais cedo tinha ligado, aí Babí que atendeu e me contou tudo. Que braba em best- ela se referia a morte do meu pai
Eu: É, eu sei- vi a Babí entrando no quarto-. Ela entrou aqui no quarto agora. Amanhã vai ser o enterro
Babí: Vai ser as onze- ela me falou enquanto eu estava no telefone
Eu: Best vai ser às onze- informei a ela
Brunna: Tá eu vou best. Vou desligar porque tá o Fe aqui, vamos sair
Eu: Caramba em tá rápido. Vai lá, beijos, se cuida- respondi
Brunna: Você também best. Beijão- ela desligou
Babí: E aí, melhor?- ela me deu um copo com água
Eu: É, um pouco- respondi. Bebi o copo todo e entreguei pra ela-. Obrigado Babí
Babí: Ai ai- percebi que não tava muito agradável o clima lá em casa
Eu: Hum- pensei-... vamos sair?- foi a única coisa que veio na hora
Babí: Ir aonde?- ela perguntou
Eu: Shopping, cinema, parque... com você vou até no fim do mundo- puta que pariu, to gamando na Babí
Babí: Ai Jesus, que menino bobo- ela riu
Eu: Seu bobo esqueceu?- fiquei encarando ela
Babí: Meu meu meu meu- ela ficou repetindo várias vezes e me deu um beijo no rosto-. Vamos ficar aqui mesmo. Amanhã depois do enterro a gente vai em algum lugar, almoçar, não sei- ela ficou me olhando
Eu: Tá bom- sorri de lado
Babí: Fica assim não Klé- ela me abraçou
Eu: É, tá bem. Eu vou ligar para a Gabi- levantei da cama e peguei o celular
Babí: Tá vai lá- ela ligou a TV
Fui para o corredor de casa, procurei na agenda o número e liguei para ela. Na primeira vez chamou e ela não atendeu. Na segunda também não deu nada. Na terceira vez que tentei, ela atendeu
Gabriela: Oi Kléber- ela atendeu
Eu: Oi Gabi- falei baixo
Gabriela: Aconteceu alguma coisa Kléber?- ela deve ter percebido pelo meu tom de voz
Eu: É... a Alice, ela perdeu o avô- falei logo o que havia acontecido
Gabriela: Ai meu Deus. Seu pai?- percebi que ela havia ficado um pouco surpresa- O que aconteceu com ele?
Eu: Ele sofreu um acidente, como eu. Mas não saiu igual a mim do hospital
Gabriela: Ai Jesus. Enterro vai ser quando?- ela perguntou
Eu: Amanhã- respondi-. As onze
Gabriela: Eu vou para aí então Kl...
Eu: Não- interrompi ela-! Vai ser muito desgastante. Tanto pra você quanto para a Alice- desci as escadas
Gabriela: Tem certeza?
Eu: Tenho sim. Eu to bem- vi a Babí descendo as escadas também
Gabriela: Tá bom então amor. É, depois a gente se fala tá? Melhoras aí tá. Beijo, se cuida Kléber
Eu: Você também se cuida Gabi. Beijo- encerrei a chamada
Babí: É... Kléber- ela me chamou
Eu: Oi Babí- sentei no sofá
Babí: Quer alguma coisa pra comer?- ela perguntou- Posso pedir pizza, fazer alguma coisa ali na cozinha
Eu: Precisa não linda- puxei ela pro sofá-. Não to com fome não, obrigado Babí- dei um beijo em seu rosto e peguei o notbook
Babí: Vai fazer o que?- ela perguntou
Eu: Entrar no Facebook- respondi
Babí: Cade seu iPad?- ela perguntou
Eu: A Víc levou ele para viagem. O seu iPhone, cadê?- perguntei
Babí: Tá aqui, mas tá sem sinal- ela me amostrou
Eu: Entra no Wi-Fi daqui de casa. A senha é “47994819”- ela botou pra conectar
Babí: Oba- havia entrado-, obrigada Klé- ela também entrou no Facebook
Ficamos os dois ali navegando na internet. Vi alguns post’s te pessoas que sabiam da morte do meu pai e me marcaram: em fotos, atualizações de status lamentando a morte dele, mensagens por bate-papo...
“Oi”
Abriu uma janelinha do bate-papo, era a Babí. Olhei para ela e vi ela rindo baixinho. Respondi ela com outro “oi” e fiquei navegando. Fiquei conversando também com o Yury lá no bate-papo e disse que havia ficado com a Giselle também. Droga! Agora vou ter que pagar quinhentos reais para a Roberta- pensei
Chegou uma hora em que a Babí começou com um papo... “estranho”. “Sabe que eu não sei expressar o que eu sinto né?”- ela escreveu. “É, você disse isso outro dia”- respondi. “Então queria te dizer uma coisa”- ela respondeu.
Fiquei olhando para ela, mas ela não olhava para mim. Então decidi responder: “O que?”- perguntei
Babí: Kléber- ela virou para mim-... eu- ela me encarava
Eu: Você o que Babí?- perguntei. Deixei o notbook na mesa
Babí: Eu acho que- ela ainda se interrompia, com dúvida do que iria falar-... eu acho que gosto de você bê- esse “bê” era de “bebê”
Eu: É- olhei para ela surpreso. Eu também tava gostando de ficar com ela. Não sei se também gostava dela, mas era algo diferente, eu sentia que rolava um tipo de “química” entre a gente quando estávamos juntos-... nossa- fiquei sem palavras-. É... Babí- chamei ela
Babí: Oi Klé- ela abaixou a cabeça
Eu: Ei ei- chamei a atenção dela- eu quero te dizer uma coisa também
Babí: O que?- ela continuava de cabeça baixa
Eu: Eu gosto de ficar com você, conversar com você, de sair com você, eu amo seu sorriso- ela levantou a cabeça e olhou para mim-, o jeito que você sorri...
Babí: Esse sorriso- ela me interrompeu- só existe quando eu vejo você- ela se aproximou
Eu: Babí é... eu não sei se posso dizer que “te amo”. Mas digo uma coisa- puxei ela pra mim
Babí: Que?- ela me encarava
Eu: Eu... eu acho que gosto de você também- olhei para ela
Babí: Sério?- ela perguntou
Eu: É, mas assim- fiquei sentado ao seu lado- eu não sei se a gente deve namorar... eu não quero magoar você se eu não puder... corresponder. Entende?- olhei para ela
Babí: Aham, eu entendo- ela se afastou de mim
Eu: Ei, não fica assim- peguei sua mão-. Se for certo, quem sabe num acontece- sorri
Babí: É, quem sabe- ela sorriu
Voltamos a navegar, os dois. Eu no notbook e ela no iPhone. Minha mãe chegou em casa era umas nove e meia. Ela jantou e logo depois foi dormir. Eu desliguei o notbook e deixei ele carregando lá na sala mesmo.
Eu: Babí, eu acho que vou dormir. Amanhã tem que acordar cedo- levantei do sofá
Babí: Espera- ela levantou com o iPhone- eu vou com você- ela sorriu
Eu: Então tá- subimos as escadas
Babí: Boa noite- ela me beijou no rosto
Eu: Vai ficar no de hóspedes, tá?
Babí: Tá- ela me soltou-. Até amanhã então
Eu: Até meu anjo e vai dormir em, vai ficar no face não- dei outro beijo em seu rosto
Babí: Atá- ela riu-. Vou desligar- ela falou ironicamente

Eu fui andando pro quarto devagar,  ele ficava no final do corredor. Quando olhei para trás a Babí também tava me olhando. Ficávamos nos encarando, ela colocou o iPhone no bolso, virou por completo e começou a vir na minha direção. Então, eu já tava um pouco fora de mim, eu só olhava em seus olhos, e também fui até ela, correndo e quando chegamos pertos um do outro, eu segurei ela na cintura, colei seu corpo no meu e nos beijamos.

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